quarta-feira, 22 de junho de 2011

Os dez mandamentos de um bom coordenador

Os dez mandamentos de um bom coordenador

1)Ter visão do objetivo do grupo

Um bom coordenador deve ter visão do objetivo do grupo e saber em que direção deve caminhar e, ao mesmo tempo, continuar aprofundando seus conhecimentos, através de cursos e leituras.

2)Entender a metodologia

Tem uma metodologia de trabalho que faz com que os outro descubram as pistas concretas para chegar ao objetivo previsto. Não é imediatista. É paciente. Entende que o processo de reflexão /ação, teoria/práxis é um processo lento.

3)Saber conduzir uma reunião

O coordenador deve cuidar para que o grupo não se desvie do tema da reunião, para não desperdiçar tempo. Ele/ela faz um trabalho de “saca – rolha”: procura tirar as idéias dos participantes, levando-os e descobrir os melhores caminhos e a tirar as suas próprias conclusões.

Ele/ela aprendeu a arte de fazer perguntas, como Jesus fazia. Muitas vezes, nos Evangelhos, Jesus fazia questão de não dar uma solução pronta, mas devolvia a pergunta aos seus interrogados, para que pudessem descobri por si. O coordenador sabe manter silêncio, mesmo quando enxerga as soluções que não são percebidas pelos outros. Assim, ele/ela não mata a discussão. Guarda os “cartuchos” para o fim, falando depois dos outros.

Normalmente ele/ela deve ter uma visão mais ampla do que os outros elementos do grupo e, portanto, tem um cabide na cabeça para pendurar as perguntas que despertam para uma consciência crítica. O cabide o ajuda também, a devolver aos participantes as sua próprias idéias, de maneira sistematizada e sintetizada, para que o grupo possa dar um passo adiante. Para facilitar este trabalho, o coordenador anota palavras ou frases que fazem lembrar as idéias mais importantes que surgiram no grupo.

O coordenador também deve usar dinâmicas variadas.

4)Ser bom cobrador

Uma das funções principais do coordenador é a de cobrar funções e ações decididas pelo grupo, e não fazer a coisas que os outros podem fazer. A cobrança desperta o senso de responsabilidade e faz com que os profissionais levem a sério as decisões que eles mesmos tomaram. Valoriza os passos dados.

5)Saber controlar o tempo

O coordenador cronometra antes, as diferentes partes da reunião e procura a risca essa divisão do tempo. Deve-se prorrogar o tempo só quando o grupo todo pedir.

O coordenador da exemplo de pontualidade. A reunião deve começar na hora marcada, mesmo com a presença de dois ou três membros. A falta de pontualidade é um desrespeito para com os outros. A insistência na pontualidade cria um ambiente de seriedade e responsabilidade. Caso o coordenador não possa comparecer, precisa indicar um substituto.

6)Ter boa capacidade de organização

O coordenador deve ter a capacidade de organizar para que haja planejamento, acompanhamento e avaliação crítica, mas sem cair num sistema burocrático. Ele nunca trabalha sozinho, mas sempre em equipe: As decisões são tomadas em conjunto, as funções são distribuídas e cobradas. A avaliação deve ser preparada para que não se fique no geral, para que se possa chegar a decisões concretas e sentir o avanço do grupo. Não cair no erro de queimar etapas e tem bom senso e paciência histórica.

7)Saber despertar novas lideranças

O coordenador deve ter a capacidade de colocar o jovem certo na função certa. Precisa desenvolver a capacidade de perceber os diferentes talentos dos jovens do seu grupo e coloca-los em situações onde possam desenvolver seus talentos e, assim despertar novas lideranças.

8)Dar testemunho de vida coerente

Ele arrasta os outros mais pelo exemplo de vida que pelos conhecimentos teóricos, não aceitando ditado popular: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Trata-se de alguém que entende que a preparação mais importante para coordenar um grupo deve acontecer dentro dele mesmo. Deve estar em sintonia com ele mesmo para saber porque fala e faz certas coisas. Com auto-conhecimento que adquire, através de uma interiorização constante, tem mais capacidade de aceitar os outros como são.

9) Ter empatia

O coordenador deve ter empatia para com os membros do grupo. Deve sentir quando alguns estão deixados de lado e não estão participando Os jovens vão se interessar pelo grupo na medida em que participarem e se sentirem valorizados. Quando o coordenador não tem essa sensibilidade, domina demais o grupo e dá uma de ‘professor’ na reunião.

Os bate–papos informais antes da reunião são muito importantes. Quando o coordenador quer realmente bem ao grupo e se interessa por ele, o grupo caminha.

10) Ser entusiasmado

O coordenador deve ser uma pessoa animada para que o grupo também se entusiasme. O entusiasmo é como uma doença contagiosa. Quem entra em contato com ele, pega. O contrário também é verdade. Um coordenador desanimado e negativo é como um coveiro cavando a cova para o seu grupo.

O papel profissional do coordenador pedagógico

O papel profissional do coordenador pedagógico



O objetivo do Além das Letras é investir na formação das equipes técnicas das Secretarias de Educação para que esses formadores locais invistam, por sua vez, nos coordenadores pedagógicos das unidades escolares, contribuindo para a constituição de espaços de formação permanentes. O foco maior do Programa Além das Letras é, portanto, o coordenador pedagógico. Nós temos o desafio de ajudá-lo a redimensionar sua função na escola para que compreenda seu papel na coordenação de um projeto de formação com conteúdos claros e consistentes, visando a formação de seus professores. Para muitos municípios participantes da rede, essa proposta de formação permanente é nova. Ela vai exigir uma reorganização da Secretaria de Educação quanto aos papéis destinados aos formadores locais. Não é uma tarefa fácil e temos clareza que exigirá, em muitos casos, um tempo de reflexão da equipe e negociações internas para efetivar mudanças necessárias.

Sabemos que em alguns lugares existe uma cultura escolar em que o coordenador assume muitas atribuições administrativas, pois recebe uma demanda enorme de tarefas. Não sobra tempo para se dedicar à formação dos professores e, muitas vezes, o coordenador não é reconhecido como um formador.

Por este e por outros motivos, há muitas situações em que, para cumprir minimamente sua responsabilidade junto aos professores, os coordenadores adotam uma linha mais prescritiva, dizendo aos professores o que eles precisam fazer, entregando o planejamento pronto, explicando demandas, mas sem incorporar na sua ação os saberes dos professores. Sem dúvida, esta situação torna o professor muito dependente, sem autoria. Isto evidentemente não o ajuda a se tornar um profissional pesquisador, reflexivo e autônomo, qualidades exigidas de um educador contemporâneo.


COMO PLANEJAR A SEMANA PEDAGÓGICA

Semana pedagógica - o que não pode faltar

PRIMEIRO DIA
Manhã: Apresentação, diagnósticos e agendas
Após dar as boas vindas a todos e pedir que se apresentem, fale sobre o perfil da comunidade e das famílias atendidas, explique como são combinadas as regras e como funciona a divulgação de informações administrativas. Fale um pouco da rotina e dos novos materiais adquiridos. Depois, distribua cópias do Projeto Político Pedagógico e apresente os diagnósticos internos (link com a reportagem Esses dados valem ouro, da mesma edição) e externos para iniciar a discussão sobre o que a escola oferece atualmente e qual o objetivo final. Aproveite para mostrar a organização do calendário com todas as reuniões e eventos previstos ao longo do ano e a grade horária das turmas. Defina também horários de formação permanente e apresente a programação da semana pedagógica para que a equipe saiba de quais reuniões participarão e os assuntos que serão abordados.

Tarde: Avaliação de projetos institucionais
Os projetos institucionais devem enriquecer o currículo, mobilizar a comunidade e, principalmente, ser coerente com o PPP. Analise o que foi realizado em anos anteriores e as novas propostas do ponto de vista das contribuições pedagógicas. Leve também propostas desenvolvidas em outras instituições ou encontradas em bibliografia especializada que podem complementar as ideias já existentes ou serem adaptadas para a instituição.


SEGUNDO DIA
Manhã: Passagem de turma
Com os portfólios e mapas de aprendizado em mãos, o coordenador pedagógico deve organizar a equipe para que os professores que estão assumindo as turmas tenham informações sobre ela com base nos registros e nos depoimentos dos docentes do ano anterior. Para as turmas dos últimos anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, preveja um orador para falar sobre os avanços em cada área ou disciplina e outra para discorrer sobre o perfil da turma. Enquanto o coordenador orienta os professores, o diretor pode fazer uma reunião apenas com funcionários de apoio e administrativos para reforçar a importância de todos para os objetivos da escola. Escute sugestões de melhorias e monte um calendário de reuniões por área.

Tarde: Plano de ensino
Momento de se dedicar à divisão de conteúdos por bimestre/trimestre e ao planejamento de atividades e projetos didáticos. Agrupe os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental por série e dos anos finais e do Ensino Médio por disciplina. Com base no PPP, no projeto curricular da rede e nas experiências de cada profissional será montado o plano de cada professor. A equipe gestora deverá passar por todos os grupos de trabalho para acompanhar as discussões e garantir que os objetivos da escola estejam contemplados no plano de ensino de todas as áreas. Avise que as propostas fechadas em grupos deverão ser apresentadas a todos no dia seguinte.


TERCEIRO DIA
Manhã: Continuação do plano de ensino
Depois de um dia de discussão, os professores precisam de um momento para apresentar os planos elaborados por disciplina ou série para todos. Isso ajuda a construir a unidade do currículo. Contribua e estimule os colegas, mesmo de outras áreas, a comentar e acrescentar sugestões. Combine com os professores um prazo para a entrega final dos planos de ensino e reforce que haverá reuniões de formação o ano todo para tirar dúvidas e colaborar com o aperfeiçoamento das aulas.

Tarde: Encerramento e recepção dos alunos
Peça a equipe que avalie os debates dos últimos dias, aponte pontos a melhorar e relembre que o planejamento será monitorado ao longo do ano para ajustes e acompanhamento. Aproveite para refletir sobre a recepção dos estudantes nos próximos dias para que eles se sintam acolhidos e motivados.

Revista Nova Escola - Gestão / 2009

O ORIENTADOR PEDAGÓGICO


Antes tido como o responsável por encaminhar os estudantes considerados "problema" a psicólogos, o orientador educacional ganhou uma nova função, perdeu o antigo e pejorativo rótulo de delegado e hoje trabalha para intermediar os conflitos escolares e ajudar os professores a lidar com alunos com dificuldade de aprendizagem.

Regulamentado por decreto federal, o cargo é desempenhado por um pedagogo especializado (nas redes públicas, sua presença é obrigatória de acordo com leis municipais e estaduais). Enquanto o coordenador pedagógico garante o cumprimento do planejamento e dá suporte formativo aos educadores, ele faz a ponte entre estudantes, docentes e pais.

Para ter sucesso, precisa construir uma relação de confiança que permita administrar os diferentes pontos de vista, ter a habilidade de negociar e prever ações. Do contrário, passa a se dedicar aos incêndios diários. "Garantir a integração dos atores educacionais e avaliar o processo evita a dispersão", explica Sônia Aidar, titular do posto na Escola Projeto Vida, em São Paulo.

É também seu papel manter reuniões semanais com as classes para mapear problemas, dar suporte a crianças com questões de relacionamento e estabelecer uma parceria com as famílias, quando há a desconfiança de que a dificuldade esteja em casa. "Antes, o cargo tinha mais um enfoque clínico. A rotina era ser o responsável por encaminhar alunos a especialistas, como médicos, fonoaudiólogos etc.", explica Sônia.

Recentemente, o orientador passou a atuar de forma a atender os estudantes levando em conta que eles estão inseridos em um contexto social, o que influencia o processo de aprendizagem. "Essa mudança tem a ver com a influência de teóricos construtivistas, como Jean Piaget (1896-1980), Lev Vygostky (1896-1934) e Henri Wallon (1879-1962), nos projetos pedagógicos das escolas, cada vez mais pautados pela psicologia do desenvolvimento - o estudo científico das mudanças de comportamento relacionadas à idade durante a vida de uma pessoa.